quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Taag Morta! Taag Reposta!
A velhinha Taag, herdeira da histórica e já jurássica DTA, onde o meu pai trabalhou várias décadas, foi “enterrada” esta quarta-feira em Luanda por decisão do Conselho de Ministros.
Em seu lugar vamos ter dentro de um ano uma "Taag Refundada" (!?).
Até lá a Taag extinta vai continuar a navegar no ar e em terra pilotada por uma Comissão de Gestão (mais uma) ainda desconhecida pois a sua tripulação ainda não foi nomeada.
Mandado para casa foi, entretanto, já o seu Conselho de Administração, antes de ter terminado o seu mandato, iniciado há cerca de dois anos, com três novinhos B-777 mais uns tantos B-737, herança da anterior administração.
Tratou-se de uma aquisição milionária que muito cedo se veio a revelar “imprópria para o consumo humano”, isto é, imprópria para as necessidades da própria Taag, particularmente no que toca aos 777.
Os tais aparelhos (topo de gama) devem ser muito giros, mas não servem as necessidades da Taag, na opinião convergente de muitos especialistas e leigos. Na segunda categoria (também) estamos nós a discordar com a estratégia (!?) que presidiu a aquisição dos “triple seven”.
A ideia de refundar uma empresa é de algum modo peregrina, no melhor e no pior sentido que o conceito encerra. Já ouvimos falar em refundar partidos, mas refundar empresas é algo que pode criar alguma polémica, considerando até as razões que ditaram a extinção da Taag.
Enquanto se aguarda pelo surgimento da nova Taag, é caso para dizer que desta vez o Rei Morto não deu lugar a um Rei Posto.
Taag Morta, Taag Reposta, a crise prossegue dentro de momentos…
Uma crise que ameaça a própria circulação aérea da Taag e de todas as outras companhias matriculadas em Angola, na sequência da mais recente ameaça da IATA, depois do seu último inspector que esteve em Luanda ter recomendado o pior para o futuro da industria local de transportação aérea.
[Últimas sobre a Taag garimpadas na NET:
A companhia aérea nacional Taag-EP passa a ser dirigida por uma comissão de gestão nomeada por despacho conjunto dos ministérios da Economia, Finanças e dos Transportes, no quadro do programa de refundação da empresa.
Segundo o despacho, chegado à Angop, a comissão terá um mandado de um ano, que pode ser encurtado ou alargado, em função do programa de refundação da Taag-EP, coordenada por António Luís Pimentel de Araújo. Integram ainda o órgão Joaquim Teixeira (coordenador adjunto), Adriano António de Carvalho, Efigénia Martins, Luís Eduardo dos Santos, Rui Teles Carreira e Domingos Sebastião.
Aos membros da comissão serão distribuídos pelouros de forma a assegurar o equilíbrio entre a complexidade da transportadora aérea e os desafios imediatos da mesma.
Entre as suas atribuições, constam assegurar a continuidade da actividade da Taag-EP e o exercício de tarefas superiormente orientadas.
Num outro despacho conjunto, dos mesmos ministérios, é criado um Comité do Programa de Refundação da Taag, coordenado por Adriano António de Carvalho, coadjuvado por Rui Teles Carreira.
O comité tutelado pelo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, tem como principais objectivos conceber uma estratégia e uma estrutura organizativa para a nova companhia aérea de bandeira nacional.
Para concretizar os objectivos que visam fortalecer a imagem da Taag quer a nivel nacional, quer internacional, o organismo deverá conceber medidas e respectivo cronograma que permitam a retirada da transportadora da "lista negra" da União Europeia , bem como um programa de transformação organizacional.
O comité deverá propor ao ministro dos Transportes a adopção de um modelo dualista, separando o órgão de supervisão (conselho geral e da supervisão) e o orgão executivo (conselho de administração), a contratação de gestores nacionais ou estrangeiros para o conselho de administração e para as segundas linhas. Poderá igualmente propor a contratação de empresas de consultoria e a selecção de um parceiro estratégico internacional para a Taag e da revisão do enquadramento das companhias de aviação estatal (Taag, Sonair e SAL).
O plano de refundação contempla a concepção de uma nova estrutura operacional que assegure uma actuação eficiente e de acordo com as normas internacionais, sobretudo no domínio da segurança.
Sobre os recursos humanos, prevê-se a criação de um quadro de pessoal ajustado à operação e ao desempenho comercial da nova companhia, bem como a libertação do pessoal excedentário.
A refundação propõe igualmente o reforço da consistência da oferta doméstica da Taag, através do aumento da utilização da frota actual e da diversificação para uma frota regional e a nível internacional o aumento de frequência para os principais destinos operados.
Reforço da performance comercial da TAAG quer no mercado angolano, quer no internacional, por intermédio de estratégias mais sofisticadas de preços e de gestão de tarifas, redução de custos, melhorias dos processos de contratação de serviços externos, renegociação de contratos e modernização dos aviões mais antigos.
Prevê-se ainda elaboração de um programa que permita a redução profunda dos custos de estrutura e de pessoal.
(In www. portalangop.co.ao)