Foi um bom trabalho, embora poucos saibam quantos milhões foram gastos. A situação actual de muitos destes jardins, votados ao abandono, ilustra uma realidade preocupante mas que apenas comprova uma das tendências mais sólidas da (péssima) gestão da coisa pública que vamos tendo, feita sempre a pensar nos interesses particulares de quem tem responsabilidades nos diferentes pelouros, no âmbito das famigeradas parcerias publico-privadas, onde as duas entidades acabam por ser uma só.
As fotografias relativas ao jardim que se encontra localizado diante do antigo Salvador Correia, podem ser vistas na nossa página no FB em http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=204318356262489&id=1670467054&ref=notif¬if_t=share_comment
Aproveite para participar no debate sobre este dossier cada vez menos verde.
Salvemos os poucos jardins da capital que sobraram para contar a história de uma cidade que é cada vez menos nossa.
A manter-se a actual e deliberada degradação, no âmbito da estratégia do deixa andar até ver, dentro de mais alguns tempos vamos ter mais uma milionária verba do erário público a ser alocada para uma nova reabilitação das zonas verdes de Luanda.
É assim que se faz este tipo de gestão, de acordo com os manuais angolanos da especialidade.
No caso concreto do jardim do Mutu, acho que houve um desentendimento com o "mwadié" que tinha a concessão e que explorava o restaurante, que agora virou "casa da juventude de rua", para todos os efeitos, onde se incluem as violações sexuais.
[Aqui está, em nosso entender, uma boa pauta para quem quiser fazer algum jornalismo de investigação, sem ter que olhar muito lá para cima: Saber porquê que os jardins/parques de Luanda estão novamente votados ao abandono, enquanto outros há que foram tomados de assalto/privatizados com a implantação/construção de estruturas comerciais, como está a acontecer na Vila-Alice.
É assim que o jornalismo de referência pode e deve ajudar o novo GPL a governar melhor a capital a favor de todos os munícipes e não apenas de meia dúzia de chico-espertos.]