quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Tremido na fotografia?
"Em declarações exclusivas ao Novo Jornal, o presidente da ANIP considera estas alegações como “perfeitamente ridículas”.
E dá a sua versão da mesma história: “Se nos recordarmos, em 2002, Angola tinha acabado de sair de um período de conflito e estava com enormes dificuldades ao nível da sua balança de pagamentos. Esperávamos por uma Conferência de Doadores para iniciar alguns projectos de reconstrução”, alega Jaime.
Foi neste contexto que o Estado recebeu uma delegação de um grupo financeiro norte-americano, MSA Investments, que sugeriu emprestar 50 milhões de dólares ao Estado angolano a título de “financiamento humanitário”. “A proposta agradou-nos porque era uma forma de contornar a situação. A partir daqui foram desenvolvidas uma série de diligências para concretizar o financiamento – inclusivamente foi levado o assunto a Conselho de Ministros, que ratificou o processo”, acrescenta Aguinaldo Jaime.
Na versão do também antigo primeiroministro adjunto (na época de Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”), a autorização superior levou a que se negociassem de seguida as garantias que suportariam o negócio. “A primeira opção que tentámos concretizar passava pela compra de Títulos do Tesouro norte-americano, exactamente porque são os que apresentam menos riscos – operação que foi rejeitada pelas autoridades americanas; depois tentámos abrir uma conta, em que eu era um dos signatários (a ideia era impedir que alguém movimentasse os valores de
forma incógnita), para transferir uma garantia de 50 milhões de dólares – operação que também foi rejeitada”, lembra o dirigente.
Os percalços levaram as partes a abortar no financiamento proposto. Na altura as autoridades americanas em solo nacional (embaixador, conselheiro económico) tentaram esclarecer o assunto.
“Contactaram comigo directamente, estiveram também na Cidade Alta e é muito estranho que, passados oito anos, se volte a falar de um assunto que ficou resolvido na altura”, frisa Aguinaldo Jaime".
( In Novo Jornal)
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"In one case the Senate report detailed how Dr. Aguinaldo Jaime, Angola’s former central bank governor and deputy prime minister, attempted to transfer $50 million from the central bank to private accounts in the US on two occasions in 2002. According to the Senate report, “[t]he transfer of the Angolan funds was characterized at the time as an investment to produce humanitarian aid for the people of Angola, but other documents indicate the transfer was part of a fraudulent ‘prime bank’ investment scheme that likely would have resulted in the funds being lost or stolen.” Those efforts failed because US banks found the transactions suspicious and returned the funds."
(Human Rights Watch)
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In the end, the $50 million was returned to the Angolan Central Bank, despite efforts extending over six months, from June to December 2002, by Dr. Jaime, Mr. Amouzou, Mr. Wayland, and Mr. Heger, to transfer the funds to a private account in the United States. Bank of America and Wells Fargo personnel reacted quickly to possible signs of a suspicious transaction and reversed the $50 million transfer; Citibank reacted less quickly but eventually responded by
ending its banking relationship, not only with BNA, but with all Angolan government entities, including Sonangol.
In contrast, HSBC personnel facilitated multiple wire transfers of the $50 million and the related Treasury bills in response to the instructions of a single BNA official, despite concerns about sending government assets to a private individual’s account, until a compliance officer warned about a possible scam. HSBC has not only continued to provide banking services to BNA in Angola and London, but may also be providing the Angolan Central Bank with offshore accounts in the Bahamas.
(...)
"Conclusion:
Angola continues to have weak AML [Anti-Money Laundring] controls, a cash-intensive banking system, and an ongoing corruption problem. This case history shows how an Angolan PEP like Pierre Falcone, an Angolan government official like Aguinaldo Jaime, and an Angolan financial institution like Banco Africano de Investimentos, have used U.S. banks to gain access to the U.S. financial
system, often bypassing AML and PEP safeguards. Each of these examples demonstrates the need for U.S. financial institutions to strengthen their AML and PEP oversight".
( In "KEEPING FOREIGN CORRUPTION OUT OF THE UNITED STATES:
FOUR CASE HISTORIES. MAJORITY AND MINORITY. STAFF REPORT
PERMANENT SUBCOMMITTEE ON INVESTIGATIONS UNITED STATES SENATE")
comentários:
Piton disse...
Kota,
Notícia, notícia mesmo era "Aguinaldo confirma movimentação de fundos".... Assim como está, deixa só.. Tamos mbora bituados!
25 de Fevereiro de 2010 10:26
Anónimo disse...
Kota,Trabalhei durante tempo considerável com AML [Anti-Money Laundring] em Angola e no exterior e tanto quanto sei, em Angola com excepção de um banco que estava ligado indirectamente à um banco britânico, não existem sistemas eficazes. Ninguém reporta transacções suspeitas (suspicious transaction report) aliás se assim fosse, o caso BNA jamais chegaria onde chegou porque uma transferência interbancárcia ou internacional superior à $1 M assim como movimentos estranhos de certas contas têm de ser investigados primeiro pelo banco que quando esgotados os seus limites "judiciais", caso se justifique, teria que contactar o MP ou DNIC.
Neste país movimentam-se rios de dinheiro sem qualquer verificação e vai o Zé Povinho transferir 3 mil dólares para pagar pequenas contas lá fora e é impossível a não ser que seja expatriado.
Ó pátria injusta!
Tanto o Wells Fargo como Bank of America tiveram aquela atitude porque as multas dos organismos americanos aos bancos que aceitam este tipo de transacções são muito pesadas (na casa das dezenas de milhões quando não passam a barreira da centena).
Mas eu acredito no Dr. Aguinaldo Jaime que como todos os políticos angolanos é um honesto senhor que nunca viveu do salário dos cargos públicos que ocupou uma vez que herdou uma grande fortuna do seu avó da Beira Interior e de uma tia riquissima do MAto Grosso do Sul no Brasil...