Este jovem foi recentemente apresentado pela Polícia, como sendo um perigoso assaltante de bancos em Luanda.
A "moda" já pegou.
Numa cidade aonde as inaugurações de novas dependências de bancos comerciais se sucedem a um ritmo bastante frenético, um pouco por todo o lado, não haveria como evitar o surgimento da nova "moda" adoptada pela criminalidade violenta. A não ser que os "nossos" bandidos fossem autistas, "crime" que não nos é possível atribuir-lhes numa terra de vivos e vivaços.
Uma "moda", por sinal, bastante lucrativa para os seus seguidores, que têm vindo a dar mostras de um grande "profissionalismo" nos "desfiles" já realizados.
O rosto bastante sério e compenetrado do assaltante apresentado é apenas mais uma "prova" que fala por si só do mencionado "profissionalismo" dos seguidores da nova moda que já pegou em Luanda no que diz respeito às novas tendências da nossa criminalidade.
Quem ainda pensava que os "nossos" amigos do alheio andavam distraídos com telemóveis, enganou-se redondamente.
Desta vez, estranhamente, não houve por parte dos médias (televisões) qualquer cuidado em esconder/disfarçar o seu rosto, o que traduz mais qualquer coisa em relação ao "nível" do acusado.
Este cidadão que vemos na foto é, entretanto, apenas mais um rosto da crise social que se mantém, afectando duramente os mais jovens que, sem perspectivas de vida, escolhem a criminalidade para acertar as contas com a sociedade que os desterrou na sua própria terra, tentando assim obter pela força, o quinhão a que pensam ter direito no âmbito da distribuição do rendimento nacional.
O que é preocupante, é que até agora, o país continua sem saber quem são de facto os grandes assaltantes de bancos, com destaque para o Banco Nacional de Angola, aonde se encontra depositado o tesouro nacional.
Estamos a falar de assaltantes muito especiais que ao longo dos tempos e com a maior das impunidades têm vindo a meter a mão na nossa massa.
São os tais do colarinho branco, sempre sorridentes, bastante finos e educados no trato, que não usam armas, que, aparentemente, não ferem nem matam ninguém, mas que conseguem transferir (roubar) para as suas contas no exterior, milhões e milhões de dólares, de um kumbú (do tesouro nacional) que é de todos nós.
A PGR abriu recentemente uma histórica investigação que permanece no segredo dos deuses de uma justiça que tarda em convencer-nos que é cega e determinada.
Pelo que se sabe, ainda ninguém está preso, nem indiciado.
Pelo que se adivinha, dificilmente esta investigação produzirá resultados concretos, mesmo com a prometida "espécie de tolerância zero" já em andamento.
Como gostaríamos, sinceramente, de estar enganados nesta avaliação.
O jovem da fotografia que, se conseguir sobreviver, vai passar agora parte da sua vida atrás das grades, confessou, para além de outros crimes, ter roubado menos de 20 mil dólares.
Os outros, os grandes assaltantes, os do colarinho branco, os que varrem milhões, andam por aí na maior das calmas, nos seus topos de gama...