domingo, 14 de março de 2010

Média estatal vai ser passada a pente fino?

Consta que a partir desta segunda-feira todos os órgãos de comunicação social estatais vão receber visitas pouco amistosas dos inspectores do Tribunal de Contas e do IGAE.
Consta que em perspectiva está a realização de várias sindicâncias.
A confirmar-se esta "dica" nada simpática, as direcções da RNA, TPA, ANGOP e JA vão ter os próximos dias marcados por alguma agitação e muitos suores frios, pois sabe-se, de uma forma geral, que a prestação de contas ainda está muito longe de ser o forte dos nossos gestores públicos, que continuam a lidar muito mal com o rigôr, a transparência e a parcimónia.
No caso concreto desta "ofensiva", que se enquadra perfeitamente no espirito da "tolerância zero", ela só pode estar relacionada com a recente mudança que se operou no Ministério da Comunicação Social, com o aparatoso afastamento de Manuel Rabelais (MR), cuja gestão tem alimentado as mais diferentes informações postas a circular na imprensa e na internet, todas elas bastante desfavoráveis ao anterior titular, com recortes muito complicados para a sua imagem, tendo em conta os robustos valores em jogo e algumas decisões tomadas particularmente ao nível do património estatal.
Carolina Cerqueira (CC), a nova "patroa" do MCS, terá, pelos vistos, optado por querer saber qual foi exactamente a "herança" deixada por MR, antes de pegar a sério no sector, que deverá começar com a nomeação de novas direcções para a TPA e a RNA, os dois gigantes da média governamental e governamentalizada, onde estão localizados os principais problemas da área.
Depois de ter concluído as visitas aos principais médias estatais, Carolina Cerqueira terá já uma ideia do conjunto da "herança" deixada por MR.
Por todas as evidências só pode ser uma "pesada herança", no pior sentido.
CC terá igualmente também nesta altura uma ideia da estratégia a ser implementada no âmbito do relançamento da comunicação social estatal, sendo com alguma expectativa que todos nós aguardamos pelos próximos passos da Ministra, que até agora tem sido muito cautelosa nas declarações em público sobre o consulado de MR, o que se compreende facilmente.