Fonte: Angop
"Ao decidir comprar sua primeira passagem para a África Subsaariana como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama não escolheu um destino aleatório. Voou para Accra para prestigiar uma das democracias mais saudáveis do continente. Gana é hoje uma inspiração para a África, exemplo de que ela pode, sim, caminhar com as próprias pernas. E, devagarzinho, se sair bem.
Comecemos pelo final da história, nas últimas eleições, em 2008.
O então presidente, John Kufuor, respeitado dentro e fora do país, saiu do governo depois de cumprir a reeleição a que tinha direito.
Sim, parece simples, óbvio, mas o histórico africano mostra que um líder deixar o poder numa boa é raro. Kufuor, claro, tinha seu candidato. E numa eleição apertadíssima, com menos de 1% de diferença no segundo turno, o homem do presidente perdeu para John Atta Mills.
Não houve fraude, jeitinho, golpe, a vontade do povo simplesmente foi respeitada.
Mills assumiu o cargo como manda o figurino e está lá até hoje. Ponto para Gana."
Fonte: Globoesporte
Foi no Gahana em Julho do ano passado que Barack Obama disse:
"Nenhum país cria riqueza se os seus líderes exploram a economia para se enriquecerem a si próprios – ou se a polícia – se a sua polícia é passível de ser comprada pelos narcotraficantes. Não há empresa que queira investir num local onde o governo, à partida, retém 20 por cento dos lucros, ou onde o director das Autoridades Portuárias é corrupto.
Ninguém deseja viver numa sociedade em que o Estado de direito é preterido a favor da brutalidade e do suborno.
Isso não é democracia; isso é tirania, mesmo se de vez em quando se realiza uma ou outra eleição. E chegou o momento de pôr cobro a este tipo de governação.
(...)
Não tenhamos dúvidas: a História está do lado destes corajosos africanos e não daqueles que fazem golpes de Estado, ou alteram as Constituições, para se manterem no poder.
África não precisa de indivíduos poderosos mas, sim, de instituições fortes."
(...)
Apesar de todas as dificuldades, o presidente Barack Obama reafirmou a sua esperança em que, em África, neste século XXI, "instituições capazes, transparentes e em que possamos confiar" irão dar vida à democracia, com "parlamentos fortes e forças policiais honestas; juízes e jornalistas independentes; com um sector privado e uma sociedade civil vibrantes".