sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pauta Jornalística- Investimentos públicos mal parados

Acho que já é altura da nossa informação económica se começar a preocupar um pouco mais com a qualidade e a operacionalidade do conjunto dos equipamentos sociais (entre hospitais e escolas, mas não só) que o Governo tem vindo a colocar à disposição do país ao abrigo do seu milionário programa de investimentos públicos.
De facto já não basta dar a notícia ou fazer a cobertura das inaugurações e das entregas dos referidos equipamentos sociais.
É preciso que o jornalismo preocupado com o desenvolvimento nos diga agora como é que de facto e um pouco por todo o país este tipo de equipamentos tem estado a participar na solução dos problemas sociais das populações, no combate às assimetrias regionais e no fomento do emprego de qualidade.
Algumas informações que têm chegado ao nosso conhecimento não são as mais animadoras e apontam mesmo para um desperdício de recursos públicos decorrente da não operacionalização dos ditos equipamentos por falta do grande investimento estratégico de qualquer economia que é o capital humano.
Efectivamente e a manter-se este défice ao nível do capital humano, de nada adianta continuarem a gastar-se balurdios de dinheiro público a fazer mais escolas e mais hospitais.
É preferível reorientar-se o programa de investimentos públicos e pensar em apostar o nosso dinheiro em outras prioridades com um outro tipo de abordagem, que tenha em devida conta as capacidades locais de absorção.
Por exemplo e depois dos desanimadores resultados registados com a compra e distribuição dos barcos de pesca, parece-nos ser muito pouco aconselhável que continue a ser o Governo a importar directamente determinados equipamentos ao nível dos transportes e depois não haver qualquer capacidade de assistência/manutenção dos mesmos.
Não seria preferível financiar-se o sector privado e deixar que o mesmo se ocupe de todas as questões relacionadas com a gestão de tais equipamentos?
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
comentários: Anónimo disse...
INVESTIMENTO NO VAZIO
É um tanto quanto caricato o facto do governo ter criado novas Escolas(POLITECNICOS),sem antes ter pensado no factor humano. Entenda-se, foi no dealbar das eleiçoes de 2008 e tudo interessava e valia ao "sistema".
Hoje por hoje, no caso concreto de Benguela, de uma gritante falta de professores das cadeiras técnicas no Politecnico da Graça(laboratorios sem quimicos, sem professores, sem tudo) porque só agora agora alguns professores foram enviados para o Brasil estagiar.
Incrível quando se caminha para o terceiro ano academico, para um curso de tres anos.Mais grave, dos poucos professores com alguma qualificaçao, estao há 12 meses sem salarios(maioritariamente colaboradores). No Instituto Medio de gestao na Catumbela é sintomática esta problemática. 80% das cadeiras técnicas sao leccionadas por Professores-colaboradores que há 14 meses nao vêm a sua situaçao salarial resolvida. Este Politecnico ao que se sabe, nao tem orçamento por ser uma(UD).Os Professores incluiseve ameaçam paralizar as aulas se até 30 de Agosto nao verem esta situaçao resolvida.Os poucos recuros que a direcçao recebe das finanças nem para comprara material gastável chega.Caminha-se para o terceiro ano e algumas cadeiras tecnicas, tidas como fundamentais nao têm professores.Os que fizem o "dito concucurso publico" aguardam pelos resultados. Sabendo-se de como esta pais marcha a passo de camaleao, só mesmo lá para janeiro de 2011.Onde anda a Direcçao Provincial da Educaçao, Ciencia e tecnologia neste embroglio todo????Que tipo de tecnicos esperam formar com estas dificuldades todas¿!!!!! COITADOS DOS ALUNOS, se a situaçao se mantiver serao forçados a um 4º ano de escolaridade por mera negligencia...... Sao coisas da NOSSA ANGOLA. 4 de Junho de 2010 09:26