“Modéstia à parte, parece já não haver dúvidas que foi o surgimento do Novo Jornal que pautou a mudança que até hoje se vinha verificando na imprensa angolana. Independentemente do que se possa vir a suceder daqui para frente, haverá sempre um antes e um depois no jornalismo angolano que tem no Novo Jornal, indiscutivelmente, o seu porta-estandarte."
-Víctor Silva, ainda como Director do NJ
"No que toca a entrada no mercado, além de outras coisas, ajudou a criar um novo hábito aos sábados. Não nos tomem como arrogantes, mas há um “antes” e um “depois”. Cabe ao “novo” Semanário Angolense influenciar - se disso podemos falar- o que será o “depois” daqui para diante".
-Graça Campos ainda como Director-Geral do SA
O que é curioso nesta disputa de "egos", é que a partir de agora, os dois jornais (que afirmam ser os melhores da praça, com cada um dos contendores a convocar para o seu lado as estatísticas (?!?) mais favoráveis) passaram para a tutela do mesmo proprietário, cujo plano estratégico ainda é desconhecido.
São as ironias do destino.
Os dois petulantes "egos" talvez agora se ponham de acordo em relação aos novos "antes" e "depois".
Sugerimos que seja antes e depois da "mediainvestments"entrar no mercado da forma tão "normal" como aconteceu.
A estarem de acordo com a nova referência da futura história da imprensa luandense que aqui sugerimos,cada um dos dois, certamente, fará contas diferentes ao nível mais pessoal, em relação ao impacto desta entrada, deste virar de página.
É o que ficaremos a saber mais lá para diante, pois o futuro do primeiro ainda não está muito bem definido, enquanto que em relação ao segundo a caminho do seu "exílio dourado", especula-se, já com algumas certezas, quanto aos valores embolsados na transacção que estarão situados na casa dos seis zeros.
O que mais receamos, entretanto, desta entrada em cena da "mediainvestments", é que "depois", a médio prazo, não se venha a falar mais nem de um, nem do outro, como resultado da sua extinção ou, na melhor das hipóteses, da sua fusão, ou ainda da sua transformação em folhas indigestas.
Não é, certamente, o que desejamos, mas pelos dados em presença e conhecendo este país "bem mal" como conhecemos, não podemos pôr de lado estes e outros cenários, onde ainda podemos incluir o surgimento, finalmente, de um segundo diário para fazer concorrência ao "nosso Pravda".
Caso se decidam por esta última hipótese, sugiro que a Média Investments compre também o falecido "Diário de Luanda" e o volte a pôr em circulação, como um vespertino.
Que saudades daquele tempo...